Estudo bíblico sobre as 10 Pragas do Egito e seus Significados
As pragas que caíram sobre o Egito foram a maneira usada por Deus para revelar-Se aos egípcios e mostrar-lhes que os seus deuses eram falsos e inúteis (Êxodo 12:12).
Os egípcios adoravam mais de 80 divindades, mas nenhuma delas pode fazer nada para livrar a terra e o povo dos juízos enviados por Jeová.
Como relutavam em aceitar Jeová como Deus, o Senhor teve que agir decididamente pra ensinar-lhes essa lição.
Ficou claro para todos, que as calamidades que estavam presenciando eram provenientes da intervenção de direta de Jeová na questão da escravidão do Seu povo. Se eles não O aceitaram como o seu Deus, pelo menos foram obrigados a admitir a superioridade d’Ele sobre os seus falsos deuses.
Veremos agora quais foram as 10 pragas que atingiram o Egito, o que significavam e as lições que podemos aprender com cada uma delas.
1. Águas se transformam em Sangue
Essa primeira praga onde as águas se transformaram em sangue, como as demais que se seguiram, atacou os deuses egípcios. Sabemos que o Nilo era primordial para a vida egípcia, e numerosos deuses estavam associados a esse rio, inclusive acreditava-se que os faraós tinham controle sobre o mesmo.
O Senhor, entretanto, dominou o Nilo e toda a àgua ligada a ele. E aquilo que os egípcios consideravam como fonte de vida, o Senhor transformou em um rio de morte. Os magos egípcios podiam imitar a praga, mas nem eles nem faraó podiam revertê-la de modo a proteger o povo; eles apenas a pioravam. Transformar o Nilo em Sangue serviu também como punição por usá-lo para matar os bebês israelitas.
2. Rãs
A segunda praga foi a invasão das rãs, elas eram veneradas no Egito porque estavam associadas à fertilidade, mas o Senhor, o verdadeiro responsável pela fertilidade (Gênesis 1:20 e Êxodo 1:7), transformou aquilo que reverenciavam em algo repugnante.
Essa praga das rãs também pode ter sido uma irônica punição dirigida às tentativas egípcias de impedir o crescimento do povo de Deus. Como vamos ver no quadro abaixo, em cada declaração de Moisés, os pronomes “tu” e “ti” se destacam enfatizando o impacto da praga sobre Faraó, incapaz de proteger a si mesmo, às suas propriedades ou ao seu povo.
Mais uma vez, os magos pioraram a praga com sua imitação. E em mais uma evidência da singularidade do Senhor, Moisés permitiu que Faraó determinasse quando gostaria que a praga terminasse.
3. Piolhos
A terceira praga, foi a infestação de piolhos, revelando a quebra da ordem e da limpeza. Os piolhos representam a deterioração da saúde e da higiene, desafiando a noção de pureza egípcia.
Nesta terceira praga, assim como veremos na sexta e na nona, Faraó não foi avisado. Seus magos foram incapazes de imitá-las, interpretando corretamente que Deus a mandara. Nesse momento, Faraó rejeitou o aviso de seus próprios conselheiros.
4. Moscas
A quarta praga foi o enxame de moscas, dessa vez, em sinal de sua soberania sobre o Egito, o Senhor pouparia seu povo e as moscas não afligiriam a região deles.
Faraó negociou com Moisés dizendo primeiramente que os israelitas poderiam oferecer sacrifícios dentro da própria terra, depois no deserto, mas não muito distante. Mais uma vez, a praga cessou em resposta à intercessão de Moisés.
5. Peste nos Animais
A quinta praga foi a peste nos animais que atingiu a economia e a estabilidade agrícola. Nas negociações anteriores (Êxodo 8:25-29), a palavra sacrifício é destacada e, mais uma vez, Faraó não permitiu que os israelitas saíssem para oferecer sacrifícios ao Senhor. Como resultado, a peste atacou os rebanhos dos egípcios no momento determinado por Deus, enquanto os animais dos israelitas eram poupados.
As pragas anteriores foram repulsivas e dolorosas, mas essa foi a primeira que causou perdas materiais. Animais valiosos usados para transporte e no trabalho rural, assim como animais considerados sagrados pelos egípcios, morreram com a peste.
6. Úlceras
A sexta praga foi das úlceras, nesse momento os egípcios, inclusive os magos, experimentaram pela primeira vez o poder do Senhor sobre a saúde física, tanto dos homens quanto dos animais.
Assim como a terceira praga, nenhum aviso precedeu essa, mas como em outras ocasiões um dramático decreto marcou seu início.
7. Granizo
A sétima praga foi a tempestade de granizo, Pois com a intensificação das pragas, pela primeira vez a vida humana estava em risco. O Senhor avisou aos egípcios para que protegessem servos e animais.
Deus não devia nada a Faraó e poderia destruí-lo se assim o desejasse. Contudo a preservação da vida de Faraó foi uma oportunidade para Deus demonstrar sua singularidade e poder, e assim Seu nome seria proclamado.
O Deus a quem Faraó havia dito não conhecer e nem obedecer seria reconhecido por todo universo. Como resultado adicional da praga de chuva de granizo, Faraó entendeu que a terra pertence ao senhor e que este a governa.
Certamente, nenhum dos muitos deuses egípcios os protegeu. Pela primeira vez Faraó admitiu estar errado e prometeu, sem restrições, que deixaria os israelitas saírem para adorar ao senhor, mas Moisés sabia que Faraó ainda não tinha a intenção de obedecer. E claro, mais uma vez, Faraó se rebelou assim que a chuva de pedra cessou.
8. Gafanhotos
A oitava praga agora foi dos gafanhotos, onde todos os alimentos que os egípcios precisavam para se alimentar foi consumido por essa praga. Os gafanhotos comeram tudo que havia crescido ou se recuperado desde a chuva de pedras.
As pragas haviam levantado dúvidas na corte sobre o poder de Faraó, seus servos agora pediam que deixasse os israelitas saírem para adorar o Senhor.
Pela primeira vez Faraó tentou evitar o anunciado desastre, mas falhou porque insistiu em manter o controle sobre os israelitas, permitindo que apenas os homens partissem.
Contudo, mais uma vez Faraó demonstrou que ele queria mostrar que estava no controle, sem reconhecer que todos os israelitas precisavam adorar ao Senhor.
9. Trevas
A nona praga foi a escuridão ou trevas que desceram sobre a terra do egito. Representando a obscuridade espiritual e a ausência da luz divina. Essa praga questiona a natureza da iluminação proporcionada pelos deuses egípcios.
Assim, como a terceira, a sexta, a nona praga também veio sem anúncio. Agora a suprema divindade egípcia, o deus sol Rá, mostrou-se sem poder para ajudar os egípcios. Faraó soube de quem era a responsabilidade e, ainda assim, tentou manter o controle pedindo aos israelitas que partissem deixando seus rebanhos para trás.
10. Morte dos Primogênitos
A morte dos primogênitos, com certeza essa foi a última e mais devastadora de todas as pragas, atingindo diretamente o coração de Faraó e de toda a sociedade egípcia, questionando a própria estrutura da autoridade e da linhagem.
O anjo da morte passou e onde não havia sangue nos umbrais da porta, o anjo da morte entrava e feria o primogênito da casa.
Imagine comigo, quanto choro, quanto lamento e quanta dor?
Porém, foi só aí que Faraó deu ordem a Moisés que saíssem e tirassem todo o povo de Israel da terra do Egito.
As 10 Pragas enviadas sobre o povo e o Efeito que causaram sobre Faraó
O quadro a seguir destaca a dinâmica entre as pragas enviadas ao povo egípcio e as reações do Faraó. As pragas foram projetadas não apenas para mostrar o poder de Deus, mas também para confrontar a teimosia do Faraó em liberar os hebreus.
Pragas sobre o Povo | Efeito sobre o Faraó |
---|---|
1. As Águas se transformaram em Sangue (Êxodo 7:14-25). | 1. Seu coração “se endureceu” (Êxodo 7:22). |
2. Rãs espalharam-se por toda a terra do Egito (Êxodo 8:1-15). | 2. Faraó pediu alívio, prometeu liberdade (Êxodo 8:8) e, depois, “continuou de coração endurecido” (Êxodo 8:15). |
3. Infestação de Piolhos (Êxodo 8:16-19). | 3. Persistência na resistência, aumento da aflição no Egito (Êxodo 8:19). |
4. Enxames de moscas infestaram toda a terra (Êxodo 8:20-32). | 4. Faraó cede temporariamente (Êxodo 8:28), mas volta atrás após alívio (Êxodo 8:32). |
5. Peste nos Animais (Êxodo 9:1-7). | 5. O coração de Faraó continua endurecido (Êxodo 9:7). |
6. Úlceras infectaram os egípcios (Êxodo 9:8-12). | 6. “O Senhor endureceu o coração de Faraó” (Êxodo 9:12). |
7. Uma chuva de pedras destruiu os campos egípcios, mas não a terra de Gósen (Êxodo 9:13-35). | 7. Faraó implorou por alívio (Êxodo 9:27), prometeu liberdade (Êxodo 9:28), mas seu coração estava “endurecido” (Êxodo 9:35). |
8. Gafanhotos infestaram a terra (Êxodo 10:1-20). | 8. Ele negociou (Êxodo 10:11), implorou alívio (Êxodo 10:17), mas o Senhor “endureceu o coração de Faraó” (Êxodo 10:20). |
9. Escuridão ou trevas cobriram a terra (Êxodo 10:21-29). | 9. Faraó negociou novamente (Êxodo 10:24), mas “o senhor endureceu o coração de Faraó” (Êxodo 10:27). |
10. Todos os primogênitos de todas as famílias egípcias morreram (Êxodo 12:29-30). | 10. Finalmente, o Faraó e os egípcios imploraram para que Israel saíssem do Egito, a liberdade foi concedida (Êxodo 12:31-33). |
3 Lições que aprendemos com as dez pragas
Esse acontecimento das dez pragas, é algo que mostra de forma muito clara o poder sobrenatural de Deus e o Seu controle sobre todas as coisas. A seguir veremos as principais lições que podemos aprender com as 10 pragas enviadas por Deus para libertar o Seu povo da escravidão do egito.
1. É melhor vir pelo amor do que pela dor
Cada praga foi uma oportunidade para o Faraó reconsiderar sua decisão e agir de acordo com a vontade divina. Ao longo das 10 pragas, o Faraó teve várias chances de escolher o caminho do amor, entendendo a mensagem divina e permitindo a libertação dos hebreus de maneira pacífica.
Cada praga serviu como um apelo amoroso de Deus para que o Faraó mudasse sua postura e aceitasse a justiça divina. No entanto, a resistência teimosa do Faraó levou a consequências cada vez mais severas.
A lição é clara: É estupidez alguém aprender pela dor aquilo que Deus quer nos ensinar pela razão e pelo amor. É mais sábio e benéfico para o indivíduo e a sociedade aceitar as instruções divinas com amor, compreensão e racionalidade, em vez de esperar que a dor e as dificuldades forcem o reconhecimento da verdade.
2. Ninguém poderá resistir ao Senhor Deus
Essa lição enfatiza a importância de reconhecer a autoridade e a soberania de Deus na vida humana. A resistência do Faraó serve como um exemplo de como as tentativas humanas de desafiar ou opor-se ao plano divino são fadadas ao fracasso.
Temos aqui um lembrete de que, em última instância, nenhum ser humano ou império pode prevalecer contra o poder do Senhor Deus. Essa lição convida à humildade diante da divindade e à aceitação da vontade de Deus como a força suprema que governa todas as coisas.
3. Deus é amor mas é justiça também
Deus, ao enviar as pragas, não apenas estava buscando a libertação dos hebreus, mas também procurava redimir o Faraó e o povo egípcio por meio do arrependimento.
Essa lição das dez pragas nos ensina que a justiça divina não é separada do amor, mas sim uma expressão dele. Deus busca a correção e a restauração, mesmo quando a justiça exige medidas drásticas.
O contexto das pragas destaca que o amor e a justiça não são mutuamente exclusivos; pelo contrário, são aspectos interligados da natureza divina que buscam o bem maior para todos, enquanto garantem que a ordem e a retidão sejam mantidas.
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