Composição do Sermão: Entendendo as partes e sua importância na pregação
Amado(a), este estudo é sobre as partes de um sermão. Vamos aprender detalhadamente cada parte que compõe uma pregação.
Quais sãos as partes de um sermão básico?
As partes que compõem o sermão, conforme a divisão correta, são:
- Título: Nome do Sermão.
- Tema: O assunto do Sermão.
- Texto: Passagem bíblica base para o Sermão.
- Introdução: Parte introdutória da Pregação.
- Corpo ou desenvolvimento: Parte onde se discute as lições do sermão.
- Conclusão: Parte que se conclui o sermão.
Por que tantos elementos na composição do sermão? Essa é uma pergunta que pode surgir naturalmente.
Estabelecer uma ideia central para o sermão nem sempre é uma tarefa fácil, principalmente quando se lida com sermões textuais e expositivos.
No entanto, é exatamente aí, ao seguir a divisão correta, que o pregador deve direcionar sua mente e a dos ouvintes para as palavras, frases, título, tema e texto do sermão.
Somente dessa forma eles poderão ter uma percepção precisa do assunto abordado na pregação. A clareza desses elementos é essencial para uma compreensão plena da mensagem.
O TÍTULO DO SERMÃO
Conforme compreendemos, o título desempenha um papel essencial no sermão, podendo ser colocado no início ou mesmo ao final. Sua função primordial é atrair a atenção, despertar o interesse e cativar os ouvintes, conferindo ao sermão uma identidade literária completa. É importante diferenciar o título do tema, pois, apesar de muitos tratá-los como sinônimos, existe uma distinção significativa – o título nomeia o conteúdo, enquanto o tema é o assunto central em discussão.
Para ser realmente interessante, o título deve estar conectado com as situações e necessidades cotidianas da vida. Diversas circunstâncias, tanto internas como externas, moldam a vida e o pensamento dos ouvintes em geral, incluindo períodos de bênçãos espirituais, dias de provações, prosperidade ou adversidade, agitações sociais ou políticas, celebrações e aniversários, momentos de alegria ou lutas.
Todas essas situações, bem como as questões pessoais dos membros da congregação, influenciam as pessoas para quem o pregador ministra.
O TÍTULO DO SERMÃO NÃO DEVE SER NEGATIVO
Uma das partes cruciais do sermão é o seu título, que deve ser atraente, mas não exagerado ou carregado de negatividade, sempre respeitando a dignidade da Palavra de Deus. Um título negativo, como “Cristo não pode”, pode transmitir uma mensagem desfavorável e não levar ninguém à conversão.
É fundamental lembrar que Jesus veio para buscar e salvar os perdidos. Assim, é mais eficaz criar um título positivo, como “Três razões pelas quais Cristo salva“, que trará resultados gloriosos. O poder de um título positivo pode abrir corações e direcionar os ouvintes para a graça e o amor de Cristo.
A DIVISÃO DO TÍTULO
A classificação do título pode se dividir em três tipos: local, geral e intermediário, dependendo da sua relação com o conteúdo do sermão.
O título local refere-se a um assunto específico ou obra literária em questão, sendo bastante específico.
O título geral se usa para encabeçar outros títulos, englobando temas mais amplos.
Já o título intermediário, também conhecido como subtítulo, situa-se entre o título local e o geral, trazendo uma conexão entre ambos.
Para atender às regras homiléticas, recomenda-se que o título seja breve e, quando necessário, seja uma sentença completa, mas concisa. A escolha adequada do tipo de título pode conferir clareza e organização à mensagem pregada.
A NATUREZA DO TÍTULO
A natureza do título pode se manifestar de diferentes formas, tais como declarativa, interrogativa, afirmativa ou exclamativa.
Podemos encontrar exemplos bíblicos que ilustram esses tipos de título da seguinte maneira:
Declarativa: “O que Deus não pode fazer” (criando curiosidade) – Tito 1:2
Interrogativa: “Onde está Jesus?” (despertando a vontade de conhecer) – Mateus 2:2
Afirmativa: “Jesus foi e voltará” (oferecendo evidência e certeza) – João 14:3
Exclamativa: “Para mim o viver é Cristo!” (expressando determinação) – Filipenses 1:21
Cada uma dessas formas de título possui um propósito específico, podendo chamar a atenção dos ouvintes de maneira distinta e contribuindo para a transmissão eficaz da mensagem do sermão. A escolha adequada do tipo de título pode cativar e envolver a congregação de forma mais efetiva.
O TEMA DO SERMÃO
A SÍNTESE DO ASSUNTO
A segunda parte do sermão é o tema, seguindo corretamente após o título. O tema representa uma síntese do assunto em discussão e sua origem provém da raiz grega “théma“, que significa colocar, guardar ou depositar, sugerindo algo que está inserido ou no cerne de algo maior.
No contexto do sermão, o tema ocupa exatamente essa posição, assemelhando-se a um aposto. Tecnicamente, sua localização no sermão situa-se entre o título e o texto.
Essa disposição estratégica do tema contribui para estabelecer uma conexão clara e coerente entre o título e a passagem bíblica selecionada.
O TEMA E SUA FUNÇÃO
O tema desempenha um papel fundamental ao resumir e personificar o assunto em discussão, enquanto o corpo do sermão é responsável por desenvolver a argumentação em torno desse tema. Embora alguns oradores sugiram que o tema deve vir antes do título, na maioria dos casos, o título é colocado primeiro.
Em algumas situações, quando o tema é amplo o suficiente, ele pode servir como título. No entanto, é recomendável seguir a prática de colocar o título antes do tema.
É imprescindível lembrar que tanto o tema quanto o título devem estar intimamente relacionados e refletir a dignidade da Palavra de Deus. Essa harmonia entre o título e o tema é crucial para transmitir a mensagem de maneira clara e relevante aos ouvintes.
O TEXTO DO SERMÃO
DEFINIÇÃO DO TEXTO
O texto ou trecho bíblico é a passagem usada pelo pregador como base para fundamentar o sermão, seja em sua totalidade ou em uma síntese dela.
O termo “texto” deriva da palavra em latim “textus”, que significa “o que é tecido”, referindo-se à trama ou estrutura de um pensamento ou composição literária.
Posteriormente, este termo ganhou outros significados relacionados à linguagem e à comunicação, como o conceito de contexto e subtexto.
DEPENDENDO DA NATUREZA DO SERMÃO
A forma de pronunciar o texto pode variar dependendo da natureza do sermão:
a) No sermão textual, o texto em si é o foco e deve ser lido integralmente, sem alterações na pronúncia.
b) No sermão expositivo, a porção selecionada é lida de forma clara e enfática, com possíveis variações na pronúncia, adequando-se ao contexto e à ênfase desejada.
c) No sermão temático, a passagem selecionada é lida de forma apropriada ao contexto e à intenção do pregador.
Na homilética, o termo “texto” refere-se à porção curta da Bíblia usada como base para um sermão, podendo ser uma palavra, uma frase ou um período curto. Por outro lado, no sermão expositivo, se utiliza uma porção mais extensa da Bíblia, incluindo vários versículos ou até mesmo um capítulo inteiro.
A escolha da porção adequada é essencial para sustentar o propósito do sermão e transmitir a mensagem de maneira efetiva aos ouvintes.
A INTRODUÇÃO DO SERMÃO
A introdução constitui a primeira parte essencial do corpo do sermão e tem como objetivo estabelecer uma conexão sólida com o ponto central da argumentação. Seu papel é fundamental para capturar a atenção dos ouvintes e despertar o interesse pelo assunto abordado.
Alguns estudiosos da homilética comparam a introdução a garras de ferro que prendem a mente dos ouvintes desde o início do sermão. A sua importância é tão significativa que pode ser comparada à comissão de recepção em um grande evento, pois, se mal executada, pode prejudicar todo o desenvolvimento do sermão.
Portanto, dedicar atenção e cuidado à introdução é primordial para criar um impacto positivo e envolvente, preparando o terreno para a mensagem que será compartilhada com a congregação.
DEVE VISAR DIRETAMENTE O TEXTO
A introdução é uma parte crucial do sermão e deve ter como objetivo direto focar o discurso no assunto principal. As afirmações nessa parte devem ser progressivas, culminando no objetivo central do sermão. Qualquer citação, explicação, exemplo ou incidente deve ter o propósito de guiar a audiência para o tema central.
Nas épocas antigas, as introduções eram classificadas em dois tipos: formais e não-formais. A introdução formal consistia em uma breve palavra distinta do verdadeiro assunto, frequentemente usada para introduzir uma invocação. Já a introdução não-formal era a forma atual do início do discurso, utilizada para preparar a divisão do sermão.
Independentemente do tipo escolhido, a introdução cuidadosamente planejada e executada, deve captar a atenção da audiência desde o início. A habilidade de envolver os ouvintes logo no começo pode ser decisiva para o sucesso da pregação e para garantir que a mensagem alcance os corações e mentes dos presentes.
O CORPO DO SERMÃO
DEFINIÇÃO:
O corpo do sermão compreende o conjunto de fatos, ideias, provas ou argumentos apresentados pelo pregador para sustentar o tema proposto. É de suma importância que essa argumentação seja habilmente articulada e apresentada com graça, refletindo o exemplo do divino Mestre. Lucas 4:22 e João 7:46b descrevem a maravilha que as palavras cheias de graça de Jesus causavam em seus ouvintes, servindo como um modelo inspirador para a pregação.
Assim, a eloquência e a sabedoria na apresentação das verdades bíblicas podem tocar profundamente os corações dos ouvintes, levando-os a um encontro transformador com a Palavra de Deus.
AS DIVISÕES DO SERMÃO
Recomenda-se geralmente de 2 a 5 divisões em um sermão, pois a memória tende a falhar quando há mais de cinco pontos. Testes psicológicos no campo da educação revelaram que, quando apresentados com mais de cinco pontos para escolher, o discernimento fica mais confuso e, consequentemente, as escolhas se tornam menos confiáveis.
Para garantir uma melhor compreensão do significado do pensamento em sermões temáticos e textuais, sugere-se três divisões, enquanto para um sermão expositivo, cinco divisões estão boas.
A organização correta e a clareza na exposição das ideias principais tornam muito mais fácil para os ouvintes acompanharem uma mensagem falada, em comparação com quando as ideias não estão bem estruturadas ou não estão relacionadas entre si.
Conforme o pregador anuncia as divisões e transita de um ponto principal a outro, os ouvintes conseguem identificar as partes distintas e discernir a progressão da mensagem de forma mais coesa. Essa abordagem ajuda a tornar a pregação mais envolvente e efetiva na transmissão do ensinamento aos ouvintes.
A CONCLUSÃO DO SERMÃO
DEFINIÇÃO DE CONCLUSÃO DO SERMÃO
A conclusão do sermão tem a função de apresentar um resumo claro e conciso das principais ideias e argumentos, destacando a mensagem central e enfatizando sua relevância para a vida espiritual dos ouvintes.
Além disso, é crucial que a conclusão contenha uma aplicação prática, demonstrando como incorporar os ensinamentos no cotidiano dos ouvintes e instigando-os a realizar uma reflexão pessoal sobre a mensagem.
Uma conclusão bem preparada pode ser um momento poderoso de convicção e inspiração para os ouvintes, incentivando-os a buscar um relacionamento mais profundo com Deus e a viver uma vida mais comprometida com os princípios bíblicos. Através dessa conclusão, os ouvintes podem agir de acordo com a Palavra de Deus em suas vidas diárias, promovendo um crescimento espiritual significativo.
A CONCLUSÃO DO SERMÃO DEVE SER CONCLUSIVA
Embora essas práticas sejam comuns em algumas tradições religiosas, é fundamental lembrar que a conclusão deve ser vista como uma parte essencial do sermão e não apenas um encerramento formal.
A conclusão deve recapitular as principais ideias apresentadas durante o sermão e oferecer um chamado à ação ou uma reflexão final aos ouvintes.
É de extrema importância que o pregador se esforce para apresentar uma conclusão impactante e significativa, capaz de deixar uma mensagem duradoura nos corações dos ouvintes. Dessa forma, a conclusão assume um papel crucial na eficácia da mensagem pregada, reforçando os ensinamentos transmitidos e motivando a transformação e a ação positiva na vida dos que ouvem a Palavra de Deus.
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