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10 dicas para preparar um sermão expositivo

A prática da pregação não se limita ao simples compartilhar de opiniões, mas sim ao compromisso com a verdade inabalável das Escrituras e à comunicação fiel da mensagem que ela busca transmitir.

Atualmente, a pregação expositiva está experimentando uma espécie de renascimento em nossos dias. Nesse sentido, gostaria de apresentar agora dez dicas valiosas sobre como preparar uma mensagem expositiva.

1. Orar

A oração deve acompanhar o pregador em cada passo da mensagem. É vital manter um espírito contínuo de oração antes de subirmos ao púlpito, enquanto estivermos no púlpito e mesmo quando descermos do púlpito. Todo grande pregador nos anais da história cristã dedicou muito tempo à oração.

Para Edwards, a oração era uma disciplina espiritual essencial e uma forma de se conectar intimamente com Deus. Ele acreditava que a oração era uma maneira de buscar a vontade de Deus e discernir Seus propósitos para sua vida e ministério. Edwards frequentemente dedicava longas horas à oração, buscando a direção divina em todas as áreas de sua vida.

Além disso, a oração também era uma parte vital de seus sermões e pregações. Edwards dependia muito da oração antes de subir ao púlpito, pedindo a Deus sabedoria e unção para comunicar a mensagem bíblica de forma poderosa e transformadora. Ele reconhecia que, sem a intervenção e o poder do Espírito Santo, suas palavras seriam vazias e sem efeito.

Assim, os pregadores devem interceder continuamente junto ao Senhor para que a semente da Palavra penetre no coração de seu povo. “Senhor, ilumina o entendimento deles! Abra seus olhos e ouvidos para que vejam e ouçam as maravilhas da Tua bendita Palavra!”

2. Leia e releia o texto

É importante ler o texto a partir do qual pregaremos repetidas vezes. Na verdade, também é uma boa ideia memorizá-lo. Além de mergulhar no contexto imediato dos versículos que cercam nosso texto, faremos bem em ler os capítulos anteriores e seguintes para entender a linha de pensamento do autor bíblico. Por exemplo, não podemos pregar a partir de Romanos 3 sem levar em conta Romanos 2 ou 4.

Spurgeon, conhecido como “O Príncipe dos Pregadores”, valorizava imensamente a leitura bíblica e enfatizava isso tanto em seu ministério público quanto em sua vida pessoal. Ele acreditava que a Bíblia era a Palavra de Deus e a fonte suprema de sabedoria, autoridade e conforto espiritual.

Charles Spurgeon disse:

“A Bíblia fala no tom de voz do próprio Deus.”

Querido(a) irmão(ã), se necessário ler um texto dez vezes, leia. O importante é você entender a mensagem do texto e dessa forma, transmitir a verdade do texto.

3. Observe o gênero literário

Outro ponto que merece destaque é o gênero literário do livro. É um livro histórico como Crônicas ou poético como os Salmos ou literatura de sabedoria como Eclesiastes, ou é uma epístola doutrinária? Compreender o gênero literário de nosso texto nos ajudará a interpretar a passagem com mais fidelidade.

Por exemplo, não podemos interpretar literatura apocalíptica ou literatura poética da mesma forma que interpretamos um texto histórico.

Em geral, é muito mais fácil e menos perigoso pregar sobre uma carta doutrinária do que sobre um texto poético porque as epístolas tendem a ser muito mais literais e menos simbólicas por natureza.

Composição do Sermão - texto

4. Estude o contexto histórico

É quase impossível mergulhar nas profundezas da Escritura sem levar em conta seu contexto histórico. Não apenas o contexto histórico é vital, mas qualquer informação extra sobre o autor do livro também é útil. Todas essas observações podem nos ajudar a apreciar as características distintivas de um livro e produzir um sermão mais rico.

Se compararmos o Evangelho de Mateus com o de Marcos, podemos ver imediatamente como o último enfatiza o dinamismo e o poder de Cristo quando seu Evangelho é enviado aos romanos, enquanto o primeiro está muito mais preocupado em como Jesus cumpriu as Escrituras judaicas porque Mateus estava escrevendo para judeus convertidos ao cristianismo.

Um bom material para você estudar o contexto histórico é o Comentário Histórico Cultural da Bíblia – Antigo e Novo Testamento.

5. Analise cuidadosamente a ideia central (e a gramática)

dentificar a ideia central e as ideias secundárias presentes nela. Em quase todas as situações, os verbos são as palavras mais importantes de cada versículo. Embora adjetivos, substantivos, advérbios e conjunções também desempenhem papéis significativos, o verdadeiro significado dos versículos bíblicos reside em seus verbos. Por exemplo, no versículo “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho único…” (João 3:16), o verbo “amou” é essencial para compreender a profundidade do amor divino.

Para uma análise mais detalhada, é sempre útil fazer anotações em uma folha separada, colocando a ideia central no topo e as ideias secundárias abaixo, conectando-as com setas, figuras, símbolos e outros recursos visuais.

Esse método auxilia na visualização das relações entre as palavras e estrutura da passagem, permitindo uma compreensão mais profunda do texto bíblico.

6. Conecte sua passagem à teologia bíblica

Cada texto é encontrado em um livro específico, mas também possui um lugar significativo no esquema abrangente da história da salvação. O pregador evangélico deve sempre buscar estabelecer conexões entre a passagem que está estudando e o Senhor Jesus Cristo.

Embora em algumas ocasiões o texto possa mencionar explicitamente a figura de Cristo, esse passo pode ser dispensado; no entanto, na maioria das vezes, especialmente em livros onde Cristo não é claramente referido, é necessário um esforço maior para compreender como o texto se encaixa no quadro maior do plano redentor de Deus.

Isso requer uma análise cuidadosa de como a passagem se relaciona com outras partes das Escrituras, especialmente o Novo Testamento, e como ela se alinha com os temas mais amplos da Bíblia, como a queda e a redenção da humanidade, a obra do Espírito Santo e o estabelecimento do reino de Deus na terra.

Ao estudar e preparar uma mensagem, o pregador evangélico deve estar atento a esses aspectos, buscando extrair o significado mais profundo e aplicável da passagem. Dessa forma, as verdades bíblicas são expostas de maneira contextualizada e relevante para o público, destacando a centralidade de Cristo e a narrativa de redenção que permeia toda a Escritura.

Assim, a pregação se torna uma oportunidade de transmitir não apenas a mensagem específica do texto, mas também a grandiosa história da salvação revelada em toda a Palavra de Deus.

Esboce o sermão

7. Esboce o sermão

Após obter uma sólida compreensão da ideia central do texto e de como ela se encaixa na teologia bíblica, o próximo passo é iniciar o esboço do seu sermão. Um sermão eficaz deve possuir uma estrutura clara que guie os ouvintes através dos pontos principais e os ajude a compreender a mensagem do texto.

Uma abordagem útil para esboçar seu sermão é utilizar o método “Big Idea, Aim, and Outline” (BIAO). A Grande Ideia consiste na mensagem principal do texto, o Objetivo é aquilo que você deseja que seus ouvintes façam ou acreditem ao término do sermão, e o Esboço é uma progressão clara e lógica de pontos que sustentam a Grande Ideia e o Objetivo.

Grande Ideia: A Grande Ideia é a essência central e a mensagem fundamental do texto bíblico que você deseja transmitir em seu sermão. É o ponto-chave que deve ser mantido em mente durante toda a pregação, servindo como o alicerce que sustenta os pontos subsequentes.

Objetivo: O Objetivo do sermão é a resposta à pergunta: “O que eu quero que meus ouvintes façam ou acreditem como resultado de ouvirem esta mensagem?” O Objetivo deve ser claro, prático e aplicável à vida dos ouvintes, visando transformação e ação.

Esboço: O Esboço é a estrutura que guiará a progressão do sermão, sustentando a Grande Ideia e o Objetivo. Ele consiste em pontos principais que se conectam de forma lógica e coesa para desenvolver a mensagem do texto. Cada ponto deve ser apoiado por passagens bíblicas relevantes, ilustrações ou argumentos persuasivos.

8. Use ilustrações

Use ilustrações

Ilustrações são uma maneira poderosa de ajudar as pessoas a entender e lembrar a mensagem de seu sermão. Podem ser histórias, anedotas, metáforas ou qualquer outro tipo de exemplo que ilustre o que você está tentando fazer.

Boas ilustrações devem ser relevantes, claras e envolventes. Eles devem ajudar seus ouvintes a ver a verdade do texto de uma maneira nova e fresca, e tornar mais fácil para eles aplicá-lo em suas próprias vidas.

9. Seja claro e conciso

Posso te fazer uma pergunta: Se você perguntar para uma criança após pregar, o que ela entendeu da mensagem, ele saberá dizer?

Os pregadores devem sempre se esforçar para serem claros e concisos em seus sermões. O objetivo não é impressionar as pessoas com palavras bonitas ou jargões teológicos, mas comunicar a mensagem do texto de uma forma fácil de entender e aplicar.

Evite repetições ou digressões desnecessárias e concentre-se na mensagem central do texto. Use uma linguagem acessível aos seus ouvintes e evite termos ou conceitos técnicos que possam ser desconhecidos para eles.

10. Pratique e aperfeiçoe

Finalmente, é importante praticar e aperfeiçoar seu sermão antes de proferi-lo. Aos poucos você perceberá que está melhorando. Por isso, é importante aprender sempre e melhorar no que for preciso.

Com preparação e prática cuidadosas, você pode fazer um sermão expositivo poderoso e eficaz que comunica a verdade das Escrituras e encoraja seus ouvintes a crescer em sua .

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Sobre o Autor

Andre Lourenco
Andre Lourenco

Bacharel em Teologia e tecnólogo em Gestão da Qualidade, André possui mais de 15 anos de experiência na pregação. Autor de cursos de homilética e hermenêutica, também leciona na EBD.

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